A minissérie de 10 capítulos lançada em 2018, tem história intrigante e personagens que poderiam ser reais.
(Internet)
SINOPSE
Um corpo é encontrado enterrado na propriedade de Harry Quebert (Patrick Dempsey), e esse reconhecido escritor se vê, inesperadamente, como o principal suspeito do assassinato de uma jovem garota. Enquanto ele se envolve cada vez mais no desenrolar desse caso, que a princípio está relacionado com o desaparecimento de uma adolescente anos atrás, o escritor Marcus Goldman (Ben Schnetzer) vê nesses últimos acontecimentos uma solução para seu bloqueio criativo.
A minissérie e baseada no livro de mesmo nome do autor Joël Dicker, disponível na Amazon.
CRÍTICA
obs: devo ressaltar que essa crítica expressa apenas minha opinião após maratonar a série, fique a vontade para discordar!
Assistir a minissérie “a verdade sobre o caso Harry Quebert “ foi uma grande experiência como leitora, fã de cinema e jornalista.
Por mais que seja um enredo triste, se olharmos bem, trombamos com a realidade diversas vezes nessa narrativa, muitas vezes não sabemos para quem torcer ou quem culpar, mas a única certeza que temos e que Nola morreu e alguém a matou.
Desde o início, sabia que não tinha sido o Harry e nem as pessoas que estavam nos holofotes da narrativa, eu sabia que tinha algo podre e que para ninguém descobrir nada em 33 anos, alguém sabia de mais e esteve quieto todo esse tempo.
A história de amor entre Nola e Harry pode ser vista como problemática e errada, afinal ela era menor e ele um adulto, sim, ele se enquadra no perfil de pedófilo a primeira vista, mas ao decorrer da história e dos relatos dele não consegui ver nada asqueroso ou nojento, eles eram parceiros e nem sempre isso significa toques, beijos ou sexo.
A pequena cidade e cativante e a história daquela pequena família, cheia de regras e expectativas, me fascinou muito, a veracidade de uma cidade pequena estava ali.
Um ponto que achei interessante a ser abordado, foi o comportamento do advogado de Harry e da Mídia quando o rascunho do livro de Marcus foi “vazado”, em nenhum momento eles hesitaram e culpar a Nola, quando tudo que ela fez tinha um homem nojento junto, se aproveitando do que ela oferecia, sabendo que era errado, mas tava tudo certo ela era só uma vadia não é? Ninguém ia descobrir não é ? Quantos casos de pedofilia, assédio e assassinatos já vimos que contém essa mesma perspectiva ? “Não vai dar nada, ela me queria, ela pediu “ NÃO ELA NÃO PEDIU!
Poderia me estender aqui sobre cada personagem, mas vamos para os dois finais: Marcus Goldman e Trevis, o policial.
Marcus teve um amadurecimento incrível do primeiro episódio até o décimo, ele cresceu como homem e escritor, achei admirável a forma como ele tinha sede pela verdade e não descansou até encontrá-la, embora muitos falassem pra ele parar, é isso que um bom investigador e um bom escritor devem fazer, finalizar tudo da forma mais verídica possível.
E eu sei o que você tá pensando “isso é impossível”, e eu te respondo, so e impossível se você não fizer a sua parte.
O policial Trevis utilizou de sua posição para acobertar um duplo assassinato; ele matou dois inocente por simplesmente não conseguir assumir o que fez e aceitar as consequências, um frouxo acobertado por seu chefe. É nojento e repugnante a forma como eles se safaram por simplesmente terem a cidade nas mãos, mais um retrato da nossa sociedade. Após a série terminar só conseguia pensar : como eles conseguiram viver com essa culpa ? Como?
A forma como foi abordada o transtorno de Nola me incomodou um pouco no início, por misturar com religião e afins, mas entendo que se encaixava na história e no ambiente criado, achei uma forma interessante de tirar a mocinha do pedestal.
Acima de qualquer coisa, a série mostra que as aparências enganam e que ninguém é perfeito.
Por fim, me surpreendi com o fato do livro não ser do Harry, esse sim foi um ponto de virada e tanto! Acho que no final ele conseguiu a paz que procurava… espero que ele esteja alimentado as gaivotas e esteja vivendo também.
Série excepcional na minha opinião, DEIXANDO CLARO QUE NAO LI O LIVRO, vale a pena assistir e deixar indignar-se !